
O Aeroporto é estruturado para atendimento à cadeirantes e pessoas com dificuldade de mobilidade. Apesar da distância entre check-in e a área de embarque a circulação dentro do aeroporto não apresenta dificuldades. As escadas rolantes não permitem o acesso de cadeiras ou aqueles carrinhos para levar bagagens. Para isso possui elevadores que levam para os três andares do edifício e cadeiras rodas para pessoas com dificuldade de locomoção. Nunca peguei momentos de crise e superlotação nos aeroportos do Rio, mas imagino que nesses momentos específicos, ser cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida e disputar elevadores seja nível hard.

Plaza de San Martin - Retiro
Na entrada do aeroporto em si não vi nenhuma rampa de acesso à deficientes. E quando fui de ônibus (extinto Barra-Galeão) também não vi. Não posso dizer nada sobre o BRT. Ainda ...!
Como foi viagem internacional, passamos por todas as filas preferenciais: a da polícia federal e a de embarque. Viagem econômica, imaginem o espaço entre as poltronas. Mas tudo contornável. Os assentos do nosso voo destinados à pessoas com deficiência estavam lá. Procurando informações sobre esses assentos achei essa reportagem super interessante sobre a obrigatoriedade da Gol reservar assentos para pessoas com deficiência. Vale registrar que fomos e voltamos de Gol.
http://www.icepbrasil.com.br/site/index.php/noticias/todas-as-noticias/672-stf-manda-gol-reservar-2-assentos-por-voo-para-deficientes-de-baixa-renda
Um único desfavorável: como não havia muitos brasileiros no avião, os comissários pediram que sentássemos na saída de emergência em cima das asas alegando que como as instruções estavam em português, em algum eventual problema e evacuação da aeronave saberíamos como proceder. Mas espera? Pessoa com mobilidade reduzida em saída de emergência? Mas gente?! Caso houvesse algum incidente o primeiro a ser atropelado seria o Jones coitado. E diga-se de passagem, não havia instruções em português, e sim ilustrações dos procedimentos de emergência que poderiam ser compreendidos por qualquer pessoa. Ponto a menos para você Gol.
Quando chegamos no aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires a situação era parecida com a do Aeroporto do Rio. Falta de rampa na calçada, possibilidade de cadeira de roda, etc. etc.

San Telmo
Agora vamos que interessa. Se você é pobre como yo como se locomover em BA?
a) Mêtro: Um dos melhores meios de locomoção, o Subte. Corta toda a cidade, possuem várias linhas e é praticamente impossível de se perder. Algumas instalações são belíssimas com mosaicos, afrescos, pisos decorativos e até escada rolante de madeira. As instalações são antigas e algumas carros e vagões também, mas com praticamente todos possuem acesso, elevadores e escadas rolantes. o inconveniente é que nos finais de semana esses acessos e facilidade não funcionam em todas as estações. A da Plaza de Mayo é um exemplo. A melhor pedida para andar nos fins de semana são os ônibus e táxis.
b) Ônibus: O meio mais barato. Assim que chegar à BA compre o cartão de passagem Sube, o equivalente ao RioCard, mas não trava quando você passa mais de uma vez. Portanto, se você vai em grupo, pode comprar um sube que ele funcionará para todos. O sistema de ônibus lá é bem fácil e algumas linhas passam por todos os pontos turísticos da cidade, como por exemplo o meu querido 64. Lá não existe catraca, você entra e informa o seu destino que o motorista lhe informa o valor da passagem. Sim, são vários valores de acordo com o seu destino e distância. Para entrar nos ônibus há um pouco mais de facilidade que no Rio. Acredite, os ônibus não possuem escadas na entrada e em alguns casos eles até "abaixam" para facilitar a entrada da pessoa. também possuem lugar para cadeirante, apesar que não possuem para cão guia. Na Avenida 9 de julho as calçadas são elevadas, sem muita diferença entre o ônibus e a mesma (como no sistema BRT do Rio), mas o restante da cidade não.
c) Táxis: Baratos, mas nem tanto. Confortáveis e te levam para todo canto. E também uma das formas mais fácies de ser enganado com nota falsa. Como ficamos na periferia em algumas ocasiões pegamos táxis. Prefira os Rádio Táxis (preto e amarelo) e sempre verifique o troco e taximetro. Uma coisa comum é trocarem sua nota de 100 pesos por uma falsa no táxi alegando falta de troco. Dê o dinheiro trocadinho.
d) A pé: Dependendo da atração e de onde você esteja vá a pé mesmo. Com o Jones fomos devagarinho, mas sempre chegávamos. Mas digo logo, as calçadas não são essas coisas não. As ruas do centro estavam perfeitas. O restante nem melhores nem piores que a do Rio. Um pouco menos de buracos e com muitas rampas de fácil subida.
Vou listar brevemente as principais atrações de BA e suas acessibilidades:
a) Casa Rosada. Acesso a deficientes com elevador de vidro chiquérrimo, algumas rampas de acesso, muitas escadas, e detector de metais (prepare seu laudo). Mas não possui elevadores ao fim do passeio, fomos literalmente escoltados do final até o início do passeio por um soldado em roupa de gala (tipo os dragões da independência) para pegarmos novamente o elevador. O mais engraçado é que pensaram que cometemos algum crime.
b) Senhor Tango, uma rampa horrorosa na frente. Nenhum elevador. Escadas. Fizeram o Jones entrar pela escada e não ofereceram nenhuma ajuda. Na saída, na confusão de tantas pessoas se esbarrando Jones caiu e um bailarino (imagino eu) o levantou. Ninguém mais da casa fez algo. Sem falar que o show só é bom até a entrada do dono da casa, depois fica uma chatice. De quase 1h só se aproveita 10 min.
c) Jardim Botânico e Jardim Japonês, como se pode imaginar, chão desnivelado. Dificuldade para pessoas com mobilidade reduzida e muita dificuldade para cadeira de rodas, principalemente no Jardim Japonês. Mas um passeio muito bonito, recomendo.

Jardim Botânico
d) Bairro de San Telmo, Muita dificuldade para andar nas ruas. Tente ficar na calçada, mesmo esta sendo pequena. Mas aproveite, eu considero um dos melhores lugares da cidade.

Galerias Pacífico

f) Bairros de Palermo e Recoleta, ruas impecáveis, somente as atrações são um pouco distantes uma da outra. O Cemitério de Recoleta é um show à parte. Tive uma sorte enorme de pegar um guia que fez todo o passeio de graça e ainda contou a história das sepulturas e das obras de arte. O cemitério é muito mais que o túmulo da Evita, que diga-se de passagem, comparados à outros é muito "chinfrinha."
g) Museu Evita. Elevador, com pequena escada do segundo para terceiro andar. Acervo muito legal sobre a primeira dama e a época peronista. Vale a pena.
h) MALBA, totalmente acessível. Jones não pagou. Entrada gratuita para pessoas com deficiência. Um dos melhores acervos de arte do mundo.
Espero que ajude futuros viajantes!